As mudanças da estrutura social no campo
As fortes mudanças ocorridas na estrutura social do campo, se dão por base nas politicas de modernização subsidiadas pelo Estado e o crescimento da agroindústria dentro do rural, ou seja o rural deixou de ser rural após a entrada da industria com apoio do Estado, o rural nesse ponto passa a ser agrícola, onde o médio e grande produtor escolhem as melhores leis de mercado, os favorecendo e em contra partida, se deixou de lado a agricultura familiar, onde se produz a maior parte de alimentos que estão suprindo as necessidades da cidade, e o médio e o grande produtor tem a terra apenas para o lucro, portanto ele não produz alimento e sim produtos para industria, porém se não tem politicas que apóiem a agricultura familiar e as protejam, elas ficam a merce do agronegócio, onde pra elas fazerem parte terão que dispor de muito dinheiro para elevar a qualidade da produção e se igualar a qualidade de produtos do grande agricultor, fazer investimentos em implementos agrícolas, para diminuir o tempo da produção, somente neste processo já praticamente exclui o pequeno produtor, pois ele não tem esse dinheiro todo para ser investido, criando assim as politicas de assistência ao pequeno produtor que libera credito ao “agricultor” para que possa se adequar as exigências da industria, esses empréstimos são feitos a juros “baixos”, e o pequeno produtor pega uma pequena quantidade apenas, para poder investir em sua lavoura e poder continuar a vender sua produção para industria, enquanto o médio e grande agricultor, pega esses empréstimos apenas para luxo, na maioria das vezes os empréstimos feitos ao grande e médio agricultor tem por finalidade compra de bens que na maioria das vezes que ficam na cidade, como automóveis, imoveis etc.
Mesmo com esse empréstimo que o governo libera para a produção as vezes não é suficiente fazendo assim o pequeno produtor recorrer a industria, pedindo dinheiro adiantado ou até mesmo empréstimo para se pagar na próxima safra, se tornando quase um escravo dela, não tendo oportunidade de escolha de preço na hora do contrato pois ela esta devendo para industria e para o banco que liberou o empréstimo, e o pequeno produtor precisa vender a produção se não vai ficar sem dinheiro para pagar suas dividas e também sem dinheiro para financiar a próxima safra, assim o pequeno produtor acaba vendendo sua colheita a preços baixos que mal pagam suas despesas na lavoura e sobra o básico para sobrevivência. Aos poucos fazendo com que a agricultura familiar acabe sobrando apenas o agronegócio, e expulsando as familias do campo, fazendo com com que o camponês venda sua terra, aumentando ainda mais o êxodo rural.
Este produtor que não tem mais sua terra, vai para cidade e com o dinheiro da venda de sua propriedade rural, compra uma casa no centro urbano, onde não consegue emprego e acaba voltando para o campo, mais de outra forma, agora ele vai como empregado do latifundiário, trabalhar como bóia-fria, na colheita, no plantio, e nos cuidados da produção, com condições de trabalho péssimas, ganhando muito pouco sem ter como sair desse circulo, muitos desses pequenos produtores nem são da mesma região, muitos precisam sair de casa e deixar suas familiar na região norte e nordeste do pais para poder conseguir emprego nas lavouras do sudeste, e centro-oeste, deixando as vezes cidades somente de mulheres e crianças, e as condições desses trabalhadores são piores ainda, pois já saem de suas terras devendo para o empreiteiro que os traz para o sudeste, se tornando também quase escravos da industrialização no campo, com condições de trabalho precárias, e também sem qualidade nenhuma de habitação, muitas vezes dormindo até mesmo na própria fazenda em pequenas casas, onde moram um numero de pessoas muito maior que o comportado pela casa, onde a casos até de mortes por trabalho exaustivo no corte de cana-de-açúcar.
Porém ainda existe a resistência rural, que faz força contra o capitalismo e a industria dentro da agricultura, são os chamados movimentos sociais no campo, como por exemplo o MST (Movimento dos Sem Terra) e La Via Campesina que tem o apoio da Igreja Católica, que luta contra a indevida apropriação do capitalismo sobre o meio de vida rural, os movimentos tem como bandeira suprema a terra para todos e de leis que apóiem a agricultura familiar e o pequeno agricultor, que são ambos que sofrem com a industrialização do meio rural, esses movimentos já tiveram muitas conquistas mais faltam muitas ainda, e acho que a principal seria a desmistificação de que todo movimento social no campo, é “uma cambada de vagabundo” e começar a mostras a todos pra que realmente existe os movimentos sociais no campo, o principal projeto dos movimentos sociais no campo é a reforma agraria justa e igualitária, porém no Brasil ainda não tem nenhum projeto na câmara pra votação, e tendo por base a força dos ruralistas no senado e na câmara em âmbito nacional, não é tão fácil assim conseguir tais reivindicações, porém a luta no campo não para, no norte do pais onde a luta é mais cruel, mais especificamente no Pará as conquistas dos movimentos são conseguidas literalmente com muito sangue, lá a crueldade na luta pela terra é sem limites, o poder dos latifundiários ainda é muito forte na região e o que espanta é que a maior parte dos políticos que tem terra as tem nessa região ou os grandes latifundiários tem ligações politicas, e a violência contra o camponês é tao forte e mesmo assim não se tem nenhum direito adquirido a favor da agricultura familiar e a favor do pequeno produtor sem que tenha havido lutas no campo para a conquistas de tais direitos.
Assim mostrando a importância dos movimentos sociais dentro do meio rural e o respeito que se deve ter também por haver tanto derramamento de sangue para que se possa haver uma produção de alimentos para a cidade mais justa e sem as pressões industria no campo, para que haja a valorização do pequeno produtor e da agricultura familiar, pois na verdade são eles que fornecem a maior parte dos alimentos que estão na mesa dos centros urbanos, ou seja se o campo não planta a cidade não janta, sem a agricultura familiar há o encarecimento da alimentação no pais, fazendo com que o salario do trabalhador não renda e gerando também problemas sociais no cidade, o campo precisa de igualdade para que a cidade cresça e se desenvolva com maior harmonia.